domingo, 26 de fevereiro de 2012

Nossa Senhora de Guadalupe (1° parte)


     Nossa Senhora de Guadalupe
       As Aparições e o Milagre  
                             
           
          Trataremos de todas as aparições e milagres de Nossa Senhora de Guadalupe separadamente. Ao total serão 3 postagens.
         
         Todos os escritos narrados sobre as aparições de Nossa Senhora de Guadalupe são inspirados no Nican Mopohua, ou Huei Tlamahuitzoltica, escrito em Nahuatl, a linguagem Azteca, pelo Índio erudito Antônio Valeriano em meados do século XVI. 
        Infelizmente o original deste trabalho não foi achado. Uma cópia foi primeiramente publicada em Nahuatl por Luis Lasso de la Vega em 1649. Isto é o que nós veremos aqui.
        
Segue-se aqui uma tradução para o Português:
        Dez anos depois da tomada da Cidade do México, a guerra chegou ao fim e houve uma paz entre os povos. Desta maneira começou a brotar a fé, o conhecimento do Deus Verdadeiro, por quem nós vivemos. Neste tempo, no ano de mil quinhentos e trinta e um, nos primeiros dias do mês de dezembro, aconteceu que havia um pobre índio, chamado Juan Diego, inicialmente conhecido pelo nome nativo de Cuautitlan. No que diz respeito as coisas espirituais, ele pertencia ao Tlatilolco.

PRIMEIRA APARIÇÃO
         
           Era sábado de madrugada, pouco antes do amanhecer, ele estava em seu caminho, a seguir seu culto divino e empenhado em sua tarefa. Ao chegar no topo da montanha conhecida como Tepeyacac, o dia amanhecia e ele ouviu cantos acima da montanha, assemelhando-se a cantos de vários lindos pássaros. De vez em quando, as vozes cessavam e parecia que o monte lhes respondia. O som, muito suave e deleitoso, sobrepassava do "coyoltototl" e do "tzinizcan" e de outros pássaros lindos que cantam. Juan Diego parou, olhou e disse para si mesmo: “Porventura, sou digno do que ouço? Será um sonho? Estou dormindo em pé? Onde estou? Será que estou agora em um paraiso terrestre de que os mais velhos nos falam a respeito? Ou quem sabe estou no céu?".
           Ele estava olhando para o oriente, acima da montanha, de onde vinha o precioso canto celestial e então de repente houve um silêncio. Então, ouviu uma voz por cima da montanha dizendo-o: "Juanito, Juan Dieguito". Ele com coragem foi onde o estavam chamando, não teve o mínimo de medo, pelo contrário, encorajou-se e subiu a montanha para ver. Quando alcançou o topo, viu uma Senhora, que estava parada e disse-lhe para se aproximar. Em Sua presença, ele maravilhou-se pela Sua grandeza sobre-humana. Seu vestido era radiante como o sol, o penhasco onde estavam Seus pés, penetrado com o brilho, assemelhava-se a uma pulseira de pedras preciosas e a terra cintilava como o arco-íris. As "mezquites", "nopales", e outras ervas daninhas que ali estavam, pareciam como esmeraldas, sua folhagem como turquesas e seus ramos e espinhos brilhavam como ouro. Ele inclinou-se diante Dela e ouviu Sua palavra, suave e cortês, como alguém que encanta e cativa muito.
           Ela disse-lhe “Juanito, o mais humilde dos meus filhos, onde você está indo?” Ele respondeu: “Minha Senhora e Menina, eu tenho que chegar na Sua igreja no México, Tlatilolco, para seguir as coisas divinas, que nos dão e ensinam nossos sacerdotes, delegados de Nosso Senhor.”. Ela, então disse-lhe: “Saiba e entenda, você é o mais humilde dos meus filhos, Eu, a Sempre Virgem Maria, Mãe do Deus Vivo por quem nós vivemos, do Criador de todas as coisas, Senhor do céu e da terra. Eu desejo que um templo seja construido aqui, rapidamente; então, Eu poderei mostrar todo o meu amor, compaixão, socorro e proteção, porque Eu sou vossa piedosa Mãe e de todos os habitantes desta terra e de todos os outros que me amam, invocam e confiam em mim. Ouço todos os seus lamentos e remedio todas as suas misérias, aflições e dores. E para realizar o que a minha clemência pretende, vá ao palácio do Bispo do México e lhe diga que Eu manifesto o meu grande desejo, que aqui neste lugar seja construido um templo para mim. Você dirá exatamente tudo que viu, admirou e ouviu. Tenha certeza que ficarei muito agradecida e lhe recompensarei. Porque Eu farei você muito feliz e digno da minha recompensa, por causa do esforço e fadiga que você terá, para cumprir o que Eu lhe ordeno e confio. Observe, você ouviu minha ordem, meu humilde filho, vá e coloque todo seu esforço.” 
       Neste ponto ele inclinou-se diante Dela e disse: "Minha Senhora, Eu estou indo cumprir Tua ordem, agora me despeço de Ti, Teu humilde servo". Logo desceu para cumprir sua tarefa e foi em linha reta pela estrada, até a Cidade do México.

SEGUNDA APARIÇÂO
     
        Tendo entrado na cidade, sem perder tempo, foi direto ao palácio do Bispo, que chegara recentemente e se chamava Frei Juan de Zumarraga, um religioso Franciscano. Ao chegar, procurou vê-lo, pediu ao criado para anunciá-lo. Esperou muito tempo. Quando entrou, se ajoelhou e disse ao Bispo a mensagem da Nossa Senhora do Céu, bem como tudo que havia visto, escutado e admirado. Porém, após ouvir toda a conversa, o Bispo incrédulo disse-lhe: "Volte depois, meu filho e eu lhe ouvirei com muito prazer. Eu examinarei tudo e pensarei no motivo pelo qual você veio". Juan Diego saiu triste, porque sua mensagem não se realizou de forma alguma.
             Retornou no mesmo dia. Foi diretamente ao topo da montanha, encontrou-se com a Senhora do Céu, que o esperava no mesmo lugar, onde tinha aparecido. Vendo-A, prostrou-se diante Dela e disse: "Senhora a Caçulinha de minhas filhas, minha Menina, eu fui onde você mandou para levar Sua mensagem, como me havia instruido. Ele recebeu-me benevolentemente e ouviu-me atentamente, mas quando respondeu, pareceu-me não acreditar. Ele disse: "Volte depois, meu filho e eu o ouvirei com muito prazer. Examinarei o desejo que você trouxe, da parte da Senhora".
           Entendo pelo seu modo de falar, que não acredita em mim e que seja invenção da minha parte, o Seu desejo de construção de um templo neste lugar para Você. E que isso não é Sua ordem. Por isso eu, encarecidamente lhe peço, Senhora e minha Criança, que instrua a alguém mais importante, bem conhecido, respeitado e estimado para que acreditem. Porque eu não sou ninguém, sou um barbantinho, uma escadinha de mão, o fim da cauda, uma folha. E você, minha Criança, a minha filhinha caçula, minha Senhora, envia-me a um lugar onde eu nunca estive! Por favor, perdoe o grande pesar e aborrecimento causado, minha Senhora e meu Tudo.”                                                                                                                                
          A Virgem Santíssima respondeu: “Escuta, meu filho caçula, você deve entender que eu tenho vários servos e mensageiros, aos quais Eu posso encarregar de levar a mensagem e executarem o meu desejo, mas eu quero que você mesmo o faça. Eu fervorosamente imploro, meu caçula, e com severidade Eu ordeno que volte novamente amanhã ao Bispo. Você vai em meu Nome e faça saber meu desejo: que ele inicie a construção do templo como Eu pedi. E novamente diga que Eu, pessoalmente, a Sempre Virgem Maria, Mãe de Deus Vivo, lhe ordenei.” 
           Juan Diego respondeu: “Senhora, minha Criança, não deixe que eu lhe cause aflição. Alegremente e de bom grado eu irei cumprir Sua ordem. De nenhuma maneira irei falhar e não será penoso o caminho. Irei realizar seu desejo, mas acho que não serei ouvido, ou se fôr, não acreditarão. Amanhã ao entardecer, trarei o resultado da Sua mensagem com a resposta do Bispo. Descanse neste meio tempo.”. Ele, então, foi para sua casa.


Fonte de pesquisa : www.sancta.org/nican_p.html

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Profeta Malaquias

          Malaquias nasceu em safa, na tribo de Zabulon, e profetizou no tempo de Neemias e Esdra , pouco depois dos profetas Ageu e Zacarias, no tempo que os muros de Jerusalém tinham sido já reconstruídos em 445 a.c. Naquele tempo havia entre os sacerdotes e o povo grande desordem, que Ele severamente repreendeu. Faleceu muito moço e foi sepultado no túmulo dos seus pais.                                                                                                                                                                                                                                                                                                       
          Estimulada pelos profetas Ageu e Zacarias , a comunidade Judaica, Voltando do exílio da Babilônia, recontruíra o Templo de Jerusalém e retornara a uma vida normal. Entretanto, 50 anos depois, o desleixo e apatia tomam conta da comunidade, e a fé não é mais força de vida, mas simples culto formalista. Nessa época surge o último dos profetas clássicos. Ele mostra que a submissão a um frio código de leis não tem sentido; Deus que ama como pai, exige uma resposta urgente e espera um comportamento de respeito e amor ( 1,6 ). Tal resposta não deve ser dada com palavras, mas na prática: uma liturgia celebrada com vida e coração ( 1,6-2,9;3,6-12 ), uma vida matrimonial responsável ( 2,10-16 ) e um relacionamento social baseado na justiça ( 3,4-5 ).
        Em estilo de perguntas e respostas, Malaquias obriga os ouvintes a rever a própria fé e lutar contra a hipocrisia de uma religião desligada da vida cotidiana e da prática da justiça. Ele também anuncia um misterioso mensageiro ( 3,1 ), no qual os evangelistas reconhecem João Batista, o precursor de Jesus ( Mt 11,10; Lc 7,27; Mc 1,2 ).
        O profeta relembra que Deus não se esquece dos justos, isto é, daqueles que procuram levar adiante o projeto de Javé, fazendo-lhe a vontade. A pregação de Malaquias preparou a grande reforma de Neemias.


       
Fonte:  Bíblia Sagrada edição pastoral e mini dicionário compacto bíblico de Fr. Francisco de Jesus Maria Sarmento.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Profeta Zacarias

          O profeta Zacarias foi contemporânio de Ageu ( Esd 5,1 ). Esse profeta estende seu olhar sobre um horizonte mais vasto. Sua linguagem é tenebrosa e simbólica: um anjo transmite-lhe os oráculos Divinos.
          Com Ageu, ele foi chamado para despertar os judeus que retornaram, para completar a tarefa de reconstruir o templo ( Esd 6.14). Como filho de Baraquias, filho de Ido, ele era de umas das famílias sacerdotais da tribo de Levi. Ele é um dos mais messiânicos de todos os profetas do Antigo Testamento, dando referências distintas e comprovadas sobre a vinda do Messias. Conforme Ezequiel, ele foi um profeta do exílio. Ele descreveu a si mesmo (1,1) como "o Filho de Baraquias." Em Esdra 5:1 e 6:14 ele foi chamado "o filho de Ido," que foi na realidade seu avô. Sua carreira profética iniciou-se no segundo ano de Dario, Rei da Pérsia (520 A.C.), cerca de seis anos antes do primeiro grupo que retornou do exílio Babilônico.
         A primeira parte do livro, capítulos 1 a 8, contém os seus oráculos. É uma época em que a comunidade Judaica  procura reconstruir as suas bases de fé e vida social. Sofrendo ainda a amarga aprovação de um domínio estrangeiro, o povo sente-se desencorajado e pergunta : Deus ainda está presente em nosso meio? O profeta, em oráculos e visões, mostra que Deus continua presente para realizar seu projeto através do seu povo. Zacarias reanima a esperança de um povo que passa por grandes dificuldades materiais e dúvidas na fé. Ele, assim como Ageu, estimula o povo para  reconstruir o Templo, simbolo da fé e unidade nacional. Vê em Zorobabel "o eleito de Deus", dando-lhe o título messiânico de Germe. Ele, ainda,  incentiva a formação de um novo quadro político, centrado em Zorobabel e no Sacerdote Josué.
        A segunda parte, formada dos capítulos 9 a 14, foi escrita no período em que os gregos dominavam a Palestina, Depois da grande campanha de Alexandre Magno ( Conhecido como o grande ) 333 a. c. O profeta olha para o futuro do povo de Deus. Anuncia o aparecimento do Messias com três características: Rei ( 9,9-10 ), Bom Pastor ( 11,4-17 e 13,7-9 ) e Transpassado ( 12,9-14 ). Ao ler essa segunda parte, é impossível não lembrar Jesus entrando em Jerusalém montado num jumentinho ( Rei-Messias ), ou quando afirma: " Eu sou o bom Pastor " ; ou ainda sofrendo a paixão e morte na cruz.


Fonte:  Bíblia Sagrada edições pastoral e ave Maria. mini dicionário compacto bíblico de Fr. Francisco de Jesus Maria Sarmento e Wikipédia a enciclopédia livre.


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Profeta Ageu

 Por Flávio Melo.

         Ageu é mencionado em Esdra 5,1 e 6,14. o livro que traz seu nome foi provalvelmente redigido por um discipulo, que a ele juntou fragmentos onde Ageu é nomeado na terceira pessoa. Este exerceu seu ministério em Jelusarém, por volta do ano 520 a.c., quando se contruia o Templo.
          Os pais de Ageu foram escravos na babilônia, no reinado de Dario, filho de Histaspe. Quando os Judeus foram libertados, Ageu mostrou tanta alegria por voltar a Jelusalém, que não parou de cantar por todo caminho: "Glória a Deus". Por isso, puseram-lhe o nome de Ageu, que quer dizer alegria. Ele censurava o povo, por dar mais valor a construção de suas próprias casas do que ao Templo.
           No ano 538 a.c., quando os Judeus voltavam do exílio, a sintuação de Judá e Jerusalém era deplorável: cada um procurava se defender sozinho, sem o menor interesse em formar a unidade que lhe desse a característica de um povo. Mesmo aqueles que voltaram do exílio estavam preocupados em construir suas casas, plantar sua roça, vender suas mercadorias, mais do que estabelecer a dignidade de um povo. Um leigo ( Zorobabel ) e um sacerdote ( Josué ) procuravam reunir o povo para reconstruir a cidade e o Templo, a fim de reestruturar o povo de Deus
           No ano 520 a.c., o profeta Ageu entra em cena para encorajar os compatriotas. Suas exortações tinham, como eixo principal, o seguinte tema: se o Templo for reconstruído, tudo vai melhorar, pois Deus habitará novamente no meio do seu povo e espalhará suas bençãos.
           O profeta não se contenta em estimular o tempo presente, mas procura fazer com que todos vejam no futuro uma esperança maior para o povo de Deus, que retornará a sua grandeza anterior, tendo como chefe um descendente de Davi.
           O Templo será grandioso no tempo do rei Herodes, mas se tornará fonte de exploração. Jesus vai criticar essa degradação  a que chegou o lugar de encontro com Deus, e anunciará um novo Templo, perfeito, grandioso e sem mancha: o seu próprio corpo ( Jo2,21 ). desse modo torna-se presente um futuro maior do que o sonhado por Ageu: o verdadeiro Templo que dá vida e une o povo é Jesus Cristo, filho de Deus, que se fez homem, e que não é apenas descendente de Davi, Mas também seu Senhor.


Fonte:  Bíblia Sagrada edições pastoral e ave Maria. E mini dicionário compácto bíblico de Fr. Francisco de Jesus Maria Sarmento.


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Profeta Sofonias

   O profeta Sofonias viveu e exerceu a sua atividade profética num momento em que Judá, seu país, era disputado pelas grandes potências da época.
        Sofonias profetizou sob o reinado de Josias, rei de Judá, entre os anos de 640-630 a.c. Ele é um profeta justiceiro que anuncia o dia do Senhor sob a figura de um sacrifício ritual, em que todos serão castigados,salvo os que praticam a justiça, a humildade e a obediência a lei de Deus. Sofonias também foi contemporânio do profeta Jeremias e ameaçou os Judeus com o cativeiro da Babilônia, caso não fizessem penitência.
        Dentro do país se formou dois partidos: um querendo ficar sob a influência do Egito e o outro da Assíria. Durante longo período , nos reinados de Manassés e Amon, a Assíria é que dava as cartas. Uma tentativa de mudar a sintuação a favor do Egito, através de uma revolta de oficiais da corte, não obteve sucesso, porque os cidadãos de grande influência econômica reagiram e colocaram no trono Josias, que ainda era menor de idade. Esse rei, mais tarde, promoverá uma grande reforma, mas a situação voltaria a ser a mesma: o que era bom para a Assíria era bom para Judá, inclusive sua maneira de se vestir    ( 1,8 ). 
        Aqui entra Sofonias. Ele mostra como pesa sobre toda essa sintuação o jugamento de Deus (1,2-18 ). O dia do Senhor não é essencialmente o fim do mundo, mas a transformação do povo de Deus e o fim da era idolátrica. Para o profeta , são ídolos não só as divindades estrangeiras, mas também a absolutização das grandes potências, do dinheiro e do poder. Esses ídolos estão presentes tanto nas nações pagãs como na cidade de Jelusalém, seja no palácio real, no templo e nos bairros da cidade ( 2,4-3,8 ).
        A única possibilidade de salvação que o profeta vê para escapar da ira de Deus são os pobres da terra, isto é, os que estão desponjados de poder e riqueza, que depositam sua confiança no verdadeiro absoluto e clamam por justiça (2,3 ). São eles os únicos que poderão formar um " resto " para conduzir na história o projeto de Deus, e assim fazer com que o dia de Javé se torne em dia de alegria e restauração, e não de destruição ( 3,9-20 ).
        O nome de Deus será glorificado entre os pagãos, e Israel, será restaurado na amizade Divina.

           
Fonte:  Bíblia Sagrada edições pastoral e ave Maria. E mini dicionário compacto bíblico de Fr. Francisco de Jesus Maria Sarmento.